Seu cérebro é mais PRECONCEITUOSO do que você imagina

20/05/2020 06:18

Um desses dois é um gênio e o outro é rico. Qual é o gênio e qual é o rico?

Você muito provavelmente chegou à conclusão, quase que automaticamente, de que o da 2ª é o rico e o da 3ª é o gênio, não foi?

Mas por que você chegou à esta conclusão? Você não conhece nenhum dos dois e eu não disse nada sobre eles. Dito em outra palavras, você fez um julgamento, formou um conceito sobre essas pessoas, antes de conhece-las ou de ter o conhecimento necessário para que pudesse avaliar adequadamente quem é o rico e quem é o gênio.

Ou seja, você foi preconceituoso!

Mas não fique se sentindo mal. Isso é normal! Toda vez que você vê uma pessoa, seu cérebro automaticamente gera uma percepção sobre ela! E ele faz isso com base em quaisquer informações que tenha, sejam elas acuradas ou não.

Dito em outra palavras, seu cérebro trabalha com o que tem!

E cá entre nós, quase sempre as informações que temos sobre uma pessoa são bastante limitadas, não é?

Se é a primeira vez que você a vê, seu cérebro vai ter “apenas” as informações visuais dela e do contexto; e, com base nisso e nas informações da sua memória, vai formar uma percepção em, literalmente, uma fração de segundos!

Não adianta negar e muito menos tentar evitar!

Por que seu cérebro concluiu que o cara da 2ª foto é rico? Por causa dos olhos dele? Não! Por causa do contexto que ele está inserido: usando um terno aparentemente caro, sentado em um poltrona aparentemente cara, fumando um charuto e bebendo whisky. E ao longo da sua vida, seu cérebro “aprendeu” (pra bem ou pra mal!!!) que pessoas assim são ricas.

A mesma coisa aconteceu com o cara da 3ª foto, com “cara de nerd”, e pode acontecer com qualquer outra pessoa que você tenha contato.

Então, caro leitor, tome muito cuidado com o que quer que você pense de uma pessoa, especialmente se você não a conhecer muito bem! Se você quer saber alguma coisa sobre ela, que tal perguntar?

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Por que você anda tão DESMOTIVADO na quarentena

13/05/2020 17:17

A resposta curta é: por que você está sem expectativa!

Tudo o que fazemos, comer, trabalhar, praticar atividade física, ir para uma festa, transar, estudar, depende da nossa motivação. E nossa motivação é gerada por um sistema do nosso cérebro chamado sistema re recompensa, que tem como principal sinalizador a dopamina.

Dito em linhas gerais, quanto maior for a atividade desse sistema em relação a alguma tarefa, maior será sua vontade de executa-la. Certo, mas o que determina a atividade do sistema de recompensa?

1) O valor da “recompensa” – obviamente, quanto maior e melhor for a recompensa de uma tarefa, mais motivado você ficará de executa-la. Por ex, você vai se sentir mais motivado a executar um trabalho se souber que o salário será maior, certo?

2) A distância, temporal, da “recompensa” – quanto maior for o tempo necessário para você obter a recompensa de uma atividade específica, menos motivado você ficará de iniciar tal atividade.

O 1º ponto é mais intuitivo, mas o 2º é igualmente importante, e é justamente este que está sendo afetado nas nossas vidas agora. Não sabemos ao certo o que vai acontecer no futuro e, portanto, estamos sem expectativas de quando teremos a recompensa de uma séria de tarefas de médio/longo prazo que tínhamos antes da quarentena: estudar para provas, alcançar certos resultados profissionais, ficar bonito(a) para festas, etc.

Essa falta de expectativa é interpretada pelo seu cérebro como se a recompensa estivesse “longe demais” (ou inexistente) e seu sistema de recompensa acaba não gerando motivação para executá-las.

Bom, e se essas tarefas de longo prazo parecem que não vão gerar frutos nunca, só resta ao seu cérebro focar naquelas de curto prazo que ele sabe que vão trazer alguma “recompensa”, como comer, consumir álcool (entre outras substâncias), transar (se você deu sorte de ficar preso com a pessoa certa) e… realmente não sei mais o que.

Quer entender pouco melhor e saber possíveis alternativas para contornar esses problemas? Assista o video abaixo…

 

 

Referência: Hamid et al (2015) – Mesolimbic dopamine signals the value of the work. Nature Neuroscience

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