Música “viciantes”ativam seu cérebro como as drogas

29/06/2020 16:49

Você já parou para pensar em quantas vezes você ficou “viciado” em ouvir uma determinada música? Aquela música que você gostou muito, ou que te lembra algum momento prazeroso, ou que te “arrepia” quando você ouve, ou que “cola” no seu pensamento e você não quer parar de ouvir. Isso acontece porque o essas músicas ativam uma região do nosso cérebro chamada de Sistema de Recompensa.

Um dos principais sinalizadores para ativação de sistema de recompensa é a dopamina, um neurotransmissor que tem suas concentrações aumentadas quando realizamos as atividades prazerosas e aumentam nossa motivação em fazê-la novamente, e novamente, e novamente… Este sistema de recompensa é o responsável pelos vícios, como no uso de drogas, álcool, na compulsão alimentar, etc. Ao realizar a tarefa “viciante”, ativamos novamente o sistema de recompensa, aumentamos a sensação de prazer, e isto nos motiva a querer repetir aquela tarefa.

Essa relação da dopamina com o prazer de ouvir as nossas músicas preferidas foi explorada por pesquisadores num artigo publicado na PNAS (Proceedings da Academia Nacional de Ciências). Neste estudo, os voluntários tiveram seus  níveis de dopamina alterados pela administração de dois medicamentos, um que estimula e o outro suprime, e foram então avaliados em relação ao prazer que sentiam ao ouvir as músicas e à vontade que sentiam de escutá-las novamente.
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Por que você anda tão DESMOTIVADO na quarentena

13/05/2020 17:17

A resposta curta é: por que você está sem expectativa!

Tudo o que fazemos, comer, trabalhar, praticar atividade física, ir para uma festa, transar, estudar, depende da nossa motivação. E nossa motivação é gerada por um sistema do nosso cérebro chamado sistema re recompensa, que tem como principal sinalizador a dopamina.

Dito em linhas gerais, quanto maior for a atividade desse sistema em relação a alguma tarefa, maior será sua vontade de executa-la. Certo, mas o que determina a atividade do sistema de recompensa?

1) O valor da “recompensa” – obviamente, quanto maior e melhor for a recompensa de uma tarefa, mais motivado você ficará de executa-la. Por ex, você vai se sentir mais motivado a executar um trabalho se souber que o salário será maior, certo?

2) A distância, temporal, da “recompensa” – quanto maior for o tempo necessário para você obter a recompensa de uma atividade específica, menos motivado você ficará de iniciar tal atividade.

O 1º ponto é mais intuitivo, mas o 2º é igualmente importante, e é justamente este que está sendo afetado nas nossas vidas agora. Não sabemos ao certo o que vai acontecer no futuro e, portanto, estamos sem expectativas de quando teremos a recompensa de uma séria de tarefas de médio/longo prazo que tínhamos antes da quarentena: estudar para provas, alcançar certos resultados profissionais, ficar bonito(a) para festas, etc.

Essa falta de expectativa é interpretada pelo seu cérebro como se a recompensa estivesse “longe demais” (ou inexistente) e seu sistema de recompensa acaba não gerando motivação para executá-las.

Bom, e se essas tarefas de longo prazo parecem que não vão gerar frutos nunca, só resta ao seu cérebro focar naquelas de curto prazo que ele sabe que vão trazer alguma “recompensa”, como comer, consumir álcool (entre outras substâncias), transar (se você deu sorte de ficar preso com a pessoa certa) e… realmente não sei mais o que.

Quer entender pouco melhor e saber possíveis alternativas para contornar esses problemas? Assista o video abaixo…

 

 

Referência: Hamid et al (2015) – Mesolimbic dopamine signals the value of the work. Nature Neuroscience

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