As pessoas estão mais felizes quando estão atentas ao presente
Olá pessoal!
É com muito prazer que venho aqui convida-los para a 2a edição do SemiNEURO – o seminário do meu grupo de pesquisa e divulgação NEUROcientífica, apresentado AO VIVO no nosso canal do YouTube/A culpa é do cérebro
As apresentações acontecem todas as quartas-feiras às 10h. Fique a vontade para participar com comentários e perguntas!
Amanhã teremos a apresentação do meu aluno de mestrado Pedro Marconi, que irá falar de um artigo publicado na Science sobre s relação entre “sonhar acordado” e felicidade!
Segue abaixo uma breve descrição do trabalho e dos principais achados. Até amanhã!!!
Aquilo que chamamos costumeiramente de “sonhar acordado” parece ser algo banal, porém é uma conquista evolutiva enorme, pois nos permite aprender, raciocinar e planejar. Outros animais não costumam passar tanto tempo pensando no que não está acontecendo em volta deles, contemplando eventos que já aconteceram no passado ou que podem acontecer no futuro.
A ciência vem procurando entender o que acontece no nosso cérebro durante “divagações” e suas consequências e uma das perguntas que os cientistas se fizeram foi: será que divagar demais não pode nos deixar tristes? Muitas religiões e estilos de vida dizem que sim, justamente por isso que pregam a resistência à divagação, com ensinamentos sobre “focar os pensamentos no que está acontecendo agora” e sobre “estar presente e focado no que faz”.
Os cientistas americanos Matthew A. Killingsworth e Daniel T. Gilbert elaboraram um jeito simples e eficiente de descobrir a resposta para essa pergunta: criaram um aplicativo para celular que manda perguntas em horários aleatórios do dia sobre o que você está fazendo, se está divagando e quão feliz você está. Com esse método simples eles conseguiram que mais de 5 mil pessoas baixassem e usassem o aplicativo!
Com todas as respostas coletadas foi possível chegar a algumas conclusões interessantes. A primeira foi que as pessoas divagam muito frequentemente, em torno de 46,9% das vezes que foram perguntados. A segunda conclusão foi de que a tarefa que pessoas estavam executando influenciou pouco no quanto elas divagavam e não influenciou quase nada na positividade ou negatividade da divagação.
Mas a descoberta mais interessante é a de que as pessoas estão mais felizes quando estão focadas realizando suas atividades! Esse resultado foi consistente para todas as atividades que as pessoas estavam realizando, até aquelas mais “desagradáveis”, ou seja, até limpar a casa focado na tarefa te deixa mais feliz do que limpar a casa enquanto sonha acordado. Então, segundo o estudo estamos mais felizes quando estamos focados na atividade que estamos fazendo, assim, talvez os ensinamentos religiosos e da meditação estejam certos nesse ponto.
Referência: Killingsworth MA and Gilbert DT (2010) – A Wandering Mind Is a Unhappy Mind. Science